segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A VIAGEM

Dulce Claudino



CHOQUE ENTRE PUPILAS
NUM ESPELHO RETROVISOR
VEÍCULO EM MOVIMENTO
EUFORIA E TORMENTO
FLECHADA DO INVASOR.

CALADA DA NOITE
  ELA, A CARONEIRA,
  Ele, O CONDUTOR
  FUSÃO DESCOMPASSADA
      VERTIGENS, ARRITMIAS, PALPITAÇÕES...
A HORA ERA CHEGADA
ANINHAVA-SE O AMOR
NO ÂMAGO DOS CORAÇÕES.

LANÇAMENTO DO LIVRO TÃO LONGE, TÃO PERTO VOL. II

Aconteceu no dia 22 último, em Laguna, o lançamento do livro organizado por J. Machado (República dos Autores).

Fotos de Fátima Michels.














Autores no livro:
Flávio Goulart Barreto (Fpolis)

Marcio José Rodrigues (Laguna)

Vicência Jaguaribe (Fortaleza/CE)

Alexandre Bertotti Pessoa (Laguna)

Suyan de Melo   (Araranguá)

Dulce Claudino (Laguna)

Atanázio Mário F. Lameira (Laguna)

Zuleide de J. Coral (Laguna)

Jorge Coelho (Fpolis)

Maria Heloísa Fernandes (Laguna)

Clarice Villac (Campinas/SP)

Ruggiero Barretini (Fpolis)

Nôra Bela (Biguaçú)

Liane Alves Morais (Laguna)

Gustavo da Silva Machado (Laguna)

Jaqueline Aisenman (Genebra/Suíça)

Maria de Fátima Barreto Michels (Laguna)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

LANÇAMENTO: TÃO LONGE, TÃO PERTO VOLUME II

Dia 22 de fevereiro você não pode perder! Lançamento em Laguna do livro Tão Longe, Tão Perto volume II, do site República dos Autores (J. Machado).



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AMAR É FAZER O BEM

Regina Ramos dos Santos




Uma frase bastaria para resumir a verdadeira essência de todas as religiões do planeta – “Amai-vos uns aos outros.” Muitos poderão pensar tratar-se de uma utopia ou até de algo impossível, pois não dá para imaginar sair pelas ruas amando todo mundo, do jeito que amamos as pessoas dos nossos círculos de convivência. Amar um inimigo então, nem pensar! Foi num livro espírita que aprendi o verdadeiro significado deste preceito cristão, onde “amar” significava “fazer o bem”. E tudo ficou claro como água... “Amai-vos uns aos outros...” é o mesmo que dizer “Fazei o bem uns aos outros.” Realmente, não dá pra sair pelas ruas distribuindo flores e dizendo a todos “eu te amo, eu te amo...” Isso não traria nada de útil a ninguém e o máximo que conseguiríamos seria uma internação numa ala psiquiátrica. Agora, sair pelas ruas fazendo o bem é algo muito diferente, pois as oportunidades surgem à nossa frente, a todo instante e em profusão. É o caso daquele colega de trabalho que está todo atrapalhado e que, mesmo não tendo nos solicitado, vamos até lá e damos uma ajudazinha... Daquele comentário maldoso que não levamos adiante... Do “não” que conseguimos dizer aos nossos filhos, por sabermos que “não” de pai é muito diferente de “não” da vida... Da liberdade que conseguimos dar aos nossos amores, para que não se tornem pássaros de asas cortadas que permanecem ao nosso lado, pelo simples fato de não poderem voar... Do trabalho voluntário em prol de uma causa que tanto faz trazer benefícios a milhares, como a uma única criatura... Fazer o bem também é não destruir a Natureza... Ver, nos animais e plantas, irmãos nossos que simplesmente habitam corpos diferentes e que, por isso, merecem o mesmo cuidado e respeito que reclamamos para nós... Não perder, jamais, a capacidade de nos indignarmos diante da injustiça, mesmo que, por causa disso, angariemos alguns dissabores para nós mesmos... É elogiar... Não criticar por criticar... Dar quantas chances formos capazes de dar àqueles que erraram, a começar por nós mesmos... Tirar o véu da prepotência que nos impede de enxergar todas as criaturas que estão à nossa volta... Tentar vencer nosso egoísmo... Não economizar nossos talentos para espalhar alegria e esperança... Valorizar a todos... Contribuir com a construção de um mundo melhor... Não fazer o mal... Servir sempre...

AMORITE

Maria Heloísa Fernandes

Taquicardia,
Calor intenso
Transpiração ofegante,
Coração arrítmico
Sudorese excessiva
Palidez!
Sintomas que podem indicar problemas de saúde, ocasionando principalmente distúrbios diretamente no coração. Mas não adianta tentar cura, pois mesmo os medicamentos de última geração não são suficientemente capazes de amenizar os transtornos ocasionados por tal patologia, que está relacionada com a profundidade dos seres humanos, com a alma. AMORITE, uma doença causada por um tipo de micro-organismo, sensatis profundies, do gênero das bactérias sensivelmente amáveis, que de acordo com os estudiosos causam uma septicemia, que é uma infecção generalizada por todo o organismo humano, prejudicando principalmente as funções cardíacas já logo no início da infecção. A luta tem sido constante entre os indivíduos acometidos, e de acordo com a Associação Brasileira de Cardiopatias (ABC), todos os esforços tem sido no intuito de fazer os indivíduos acometidos entenderem e aprenderem, como conviver com esta patologia, pois as atuações estão relacionadas com as condições psicológicas, ou seja, tudo que se relaciona com as relações emocionais das pessoas. De acordo ainda com estes estudiosos na área, não existe cura definitiva, somente tratamento paliativo. Portanto, o melhor mesmo é tentar conviver da melhor forma possível, com essa morbidade. As pessoas podem tentar não adquirir tal microorganismo, que desenvolve esta doença. Mas em muito dos casos a contaminação é inevitável. O contato é direto e se dá por aproximação dos seres humanos, principalmente quando dirigem e cruzam seus olhares. Aí, poderá ser fatal! Portanto quem estiver acessível, prestem bem atenção, muito cuidado no contato com pessoas portadoras. E para aqueles, que já se contaminaram somente o que resta mesmo é tentar conviver da melhor forma possível e buscar sempre atitudes para uma vida cada vez melhor entre os infectados.
O Ministério da Saúde adverte: É uma doença altamente transmissível e fatal!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

TRISTE SINA

Dulce Claudino

          Dona Corina entregou a alma a Deus, deixando como herança um falante papagaio à sua querida sobrinha Cleusa.
         - Credo, Onório, praguejava Cleusa. Ter que conviver com esse bicudo, já é um castigo.
         - Qual nada, mulher. Ele é falante e até canta um trecho do hino do Corinthians.
         - Não duvido? Nossa vizinha Selma vai ficar tiririca. Ela é botafoguense rachada.
         - Gorda! Gorda! Gorda!
         - Cala esta boca, bicudo !
          De nada adiantavam as ordens de Cleusa. Quanto mais berrava , mais o loro cantava:
          - Salve o Corinthians ... Gorda... O campeão... Gorda...
          - Miséria! Vou te matar, ameaçava  e o bicudo calava meio amedrontado.
           O tempo passou. A vizinha não suportando os insultos, mudou-se. O loro parou de cantar? Jamais. Parecia um CD que nunca arranhava. Até que numa manhã chuvosa Onório espantou-se ao ver o papagaio esticado na gaiola.
           - Cleusa, acorda, o bicudo morreu.
           - Maluqueceu marido ? Ontem, antes de dormir ainda escutei aquela canção que ele compôs pra mim.
           - Venha ver. Morreu babando o pobre!
            Cleusa nem olhou o pássaro, passou de fininho e pediu ao marido que o enterrasse no fundo do quintal. O sepultamento era uma tarefa que a aterrorizava, ainda mais o do bicudo cantor e praguejador.
             E o tempo que não para , trouxe a Cleusa umas dores lombares.
            -Onório, amanhã vou ao médico do SUS. Marquei consulta no postinho do PSF.
            - Fez bem, mulher. O Doutor Fagundes entende de mulheres. Ele apalpa, apalpa, até descobrir a doença. O compadre
             Juca comentou que a comadre voltou da consulta com umas manchas roxas, mas que ele acertou no remédio, ah! Acertou.
            - Mas comigo vai ser diferente! Vou logo pedindo pra bater uma chapa.
             A visita ao consultório foi só o tempo de fazer o Raio X e descobrir o motivo das dores.
            - Dona Cleusa , a senhora sofre de Osteofitose.
            - Nome bonito, Doutor ! É doença de gente rica, é?
            - Não . É doença dos humanos. Não tem classe social. É o famoso “Bico de Papagaio”.
            - Meu Deus! Eu sabia que a alma daquele bicudo vinha me perturbar. É maldição. Ele não foi pro céu dos passarinhos.
              Ele veio se vingar. Não me perdoou.
            - Acalme-se , Dona Cleusa! Vou prescrever a receita e a senhora vai ficar boa.
            - Não, Doutor! Tenho que pagar meu crime . O chumbinho que coloquei na comida do bicudo não era para matar. Era só um castigozinho e ele não resistiu.
              O médico educadamente pediu que Cleusa se acalmasse , pois estava atônito com a sua reação.
              Cleusa em prantos saiu devagarinho resmungando :
             - Puxa , bicudo ! Eu até gostava de você. Eu só odiava aquele gorda... gorda...gorda... Mas você foi malvado ! Por que não repousou sua alma no meu pé, por exemplo! Foi logo escolhendo o meu lombo. E, agora, como o Onório vai brincar de cavalinho comigo? Triste sina!


 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TOALHAS DE RENDA

Márcio José Rodrigues





Toalhas de renda
de bilros, mistérios...
Abertas na praia.
Bordados etéreos,
À luz do luar.
Quem sabe se as águas
Escondem sereias,
Fascínios de dunas,
Espumas e areias,
De coisas de mar.

Tramóias de prata
Nas alvas esteiras.
Segredos guardados
De antigas rendeiras,
À luz do luar.
Antigas saudades
De antigos Açores,
Antigas lembranças,
De antigos amores...
Cantigas de mar.

Um vulto caminha
À beira da praia.
A espuma lhe borda
A fímbria da saia,
À luz do luar.
Lagunas, imagens...
Os passos de Anita....
Pegadas n’areia....
O vento medita
Histórias de mar.